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Entrevistando o Johnny Duarte

Cinofilia –BR   A p a i x o n a d o s   p o r   c ã e s

Entrevistando o Johnny Duarte

Onde | Cotia-SP

Porque | Com um trabalho fantástico é indiscutivelmente um dos maiores fotógrafos da fauna e flora do Brasil, ostentando um olhar particular, que o leva a produzir imagens as mais fabulosas.

Curriculum

(http://fotoanimal.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=29 )

E n t r e v i s t a

Cinofilia-BR – Como você conheceu a fotografia?

Johnny- Meu pai é fotografo de cavalos, e, desde pequeno, eu o acompanhava em alguns de seus trabalhos, tanto durante as férias escolares, quanto, de vez em quando, nos finais de  semana. Recordo que quando eu tinha 15 anos, durante uma viagem, deixei de almoçar para trazer meu primeiro equipo semi pro (câmera SLR com 2 lentes), foi ai que meu pai começou a olhar com carinho essa minha atitude e então passou a me ensinar.

 

Cinofilia-BR – Como foi seu inicio com a fotografia?

Johnny – Minha primeira foto publicada foi um Still de um “bridão”, da marca Polizeli. Eu tinha 16 anos na época. Logo aos 18 e já tendo licença para dirigir, consegui de fato meus primeiros clientes, que em sua grande maioria eram criadores de Cavalo Árabe.

 

Cinofilia-BR – Para você “fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça o olho e o coração” – Henri Cartier Bresson?

Johnny – Bem… por aí… considero a fotografia uma caça… atiramos e capturamos frações do tempo. Claro que os grandes “caçadores” caçam com estratégia; procuram os melhores ângulos para o “shot” (em inglês, o termo “shot” (disparo) é usado tanto para armas como para clicks)… é assim que vejo as fotos de animais.  Por outro lado, em alguns trabalhos, minhas fotos são “poemas escritos pela luz”.

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Cinofilia-BR – Ao longos desses anos tenho sempre acompanhado o seu trabalho e, sem sombra de duvida, ele é fantástico. Aproveitando a oportunidade, posso pedir-lhe que nos fale um pouco sobre o seu processo de criação fotográfica e de edição fotográfica?

Johnny – Como diria Claudio Feijó (Fotógrafo), o artista é um “eterno angustiado”. Estamos sempre procurando ilustrar nossos sonhos, sempre criando nossas realidades fictícias, sempre buscando mostrar ao mundo como enxergá-lo… mostrando as vezes detalhes que passam despercebidos, mas que temperam o dia a dia, enfim… acho que fui claro..(rsrsrs) mas é difícil explicar. Sinto que meu trabalho virou referência no mercado da cinofilia (já rastreei muito IP de fotógrafo fuçando meu portfólio para se inspirar), e com isso me sinto sempre na obrigação de continuar inovando.

Cinofilia-BR – Sua estética fotográfica é fantástica – como você poderia dar dicas para este desenvolvimento?

Johnny- Não há como explicar. Procuro sempre a melhor luz e o melhor ângulo, onde tudo possa “se encaixar” harmonicamente. Fui diretor de arte por 10 anos, sem dúvida isso contribuiu muito para o meu estilo fotográfico.

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Cinofilia-BR – Muitas pessoas já utilizaram os adjetivos “magnífico” e “Impressionante” “Mágico” “Mago” para analisarem a sua obra. O que você espera que as pessoas sintam com suas imagens?

Johnny – Espero que sintam… para mim a foto perfeita é a foto que provoca alguma emoção.

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Cinofilia-BR – No seu processo de criação o que vem primeiro “imagem” ou “idéia”?

Johnny – Idéia.. Sempre… Quem parte de imagem é porque acertou sem querer…rsrsrsr

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Cinofilia-BR – Conte-nos como foi a sua experiência em agências de publicidade, e em que isso ajudou no seu trabalho atual?

Johnny – Trabalhar em agência de propaganda é fantástico. A dinâmica é sempre intensa. Aprendemos a lidar visualmente com cada tipo de público; aprendemos a desenvolver os conceitos por trás de cada imagem, enfim… Ajudou muito, sem duvida. Também no que diz respeito a pós-produção.

 

Cinofilia-BR – Em São Paulo, é possível uma dedicação exclusiva, como, por exemplo, fazer somente foto-animal; fazer apenas editorial, ou é preciso diversificar?

Johnny – Diversificar sempre é bom… afinal “uma mente que se abre para uma nova idéia, nunca mais retoma seu tamanho original” Eisntein. Diversificando sempre aprendemos. Por muitos anos atuei somente com animais, mas hoje atendo a outras áreas. Confesso, porém, que por diversão…

Cinofilia-BR – Fale-nos um pouco sobre seu trabalho artístico como o “Gato Preto”, e seus prêmios, contando-nos como é o processo de seleção desses trabalhos para transformá-los em arte?

Johnny –Eu tenho uma série de quadros que montei com algumas de minhas imagens, até agora, essa coleção possui 11 imagens e quando fui convidado a participar, levei as 11… A escolha foi difícil, mas quem “bateu o martelo” foi a Sra. Lívia Bucci, curadora da Bienal de Roma, responsável pela América Latina.

 

Cinofilia-BR – seus trabalhos para exposições recebem tratamento específico para esse fim? São trabalhos no campo do Fine Art?

Johnny- sim, alguns podem assim ser considerados.

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Cinofilia-BR –  Algum fotógrafo ou trabalho – no campo da fotografia animal – deu-lhe inspiração no processo de criação de peças artísticas?

Johnny- Infelizmente, quando comecei, nos idos de 1996, as referências fotográficas que havia eram muita fracas, por isso resolvi “mostrar como devia ser feito”…rsrsrs

 

Cinofilia-BR – Qual a importância de prêmios, publicações e livros para a carreira de um fotógrafo?

Johnny-  Reconhecimento.

 

Cinofilia-BR – Tenho visto uma intensa atividade sua no campo da fotografia de publicidade. O que lhe chama a atenção  nessa área?

Johnny- O Desafio, a foto publicitária é extremamente exigente.

 

Cinofilia-BR – Presentemente, o que lhe atrai fotografar? O que pensa em fazer? Quais são seus próximos ensaios e metas para o futuro?

Johnny – Meus planos estão nas mãos de Deus, os planos DELE para minha vida são maiores que os meus… Costumo dizer que sou um profissional com coração de amador (amador é aquele que faz por amor) e portanto, minha diversão também é fotografar… tudo que é belo me atrai, gosto de mostrar ao mundo como eu o vejo…

 

Cinofilia-BR – Toda a sua produção é sempre espetacular e atraente, sua cor e temperatura são lindas. Como você define seu estilo, e que dicas poderia nos dar para evoluirmos no campo da fotografia animal?

Johnny- Pura sensibilidade, fotografia não pode seguir regras, não prenda-se ao histograma… procure ilustrar seus sonhos em suas imagens.

 

Cinofilia-BR – Tendo já vencido e sido agraciado com vários prêmios, o quanto ser premiado é importante na carreira de um fotografo?

Johnny- Isso traduz credibilidade, competência e consistência em meu currículo.

 

Cinofilia-br – Soubemos que participou do maior encontro de fotografia do Brasil como palestrante. Conte-nos suas experiências nessa área, bem como suas pretensões para o futuro nesse campo do ensino. Quais  os temas que foram abordados no seu workshop?

Johnny- Dei uma “destrinchada” no mercado, e passei dicas importantes para quem quer se aventurar na área e fizemos uma prática comentada no palco. O evento foi um sucesso, pouco mais de mil pessoas lotaram o auditório do Memorial da America Latina e todos saíram com gostinho de “quero mais”.

 

Cinofilia-BR – Atualmente não temos mais a necessidade de fotografar com filme. Como é o seu ato fotográfico? Ele faz-se com câmeras digitais ou ainda usa filme? Utiliza câmeras de médio formato?

Johnny – Pois é… um filme captura pouco mais de 5 mil cores, uma câmera digital 14bits cerca de 32 milhões de cores (mas o processo off set só consegue reproduzir cerca de 2000). Mas lembramos que o Jornal do Brasil já não tem versão impressa. A agilidade e qualidade da captura digital fazem com que o fluxo de trabalho seja todo digital. As câmeras de médio formato digitais ainda não possuem velocidade para aplicação com animais, além do custo elevado.

 

Cinofilia-BR – No campo da composição fotográfica e da estética como é o seu processo (desde a captação da imagem até o momento da sua conclusão)?

Johnny –  A captação já é feita pensando na composição.

 

Cinofilia-BR – Como é ter um pai, mestre na Fotografia Equina?

Johnny –  Além de pai é meu melhor amigo… Sempre estamos aprendendo muito juntos e frequentemente executamos alguns trabalhos a 4 mãos.

 

Cinofilia-BR – Quais os fotógrafos que você poderia citar como sendo grandes nomes da fotografia?

Johnny – Adoro Miteldorff, Trípoli, Kappa, Ansel Adams, Bresson, Vergê, Sebastião Salgado… gosto de fotógrafo com personalidade, aquele que você não precisa olhar o crédito para saber quem fotografou…

 

Cinofilia-BR – Tenho visto que o amigo, produz alguns ensaios diferentes do campo de sua atuação, como por exemplo o ensaio com pessoas do mundo fitness. Como é este processo de criação, e em que estes outros campos melhoram ainda mais o seu olhar fotográfico?

Johnny – Isso é pura diversão… Aquele dia o barato foi “esculpir com as sombras”.

 

Cinofilia-BR –  Fale-nos de sua experiência com o desenvolvimento de livros. No Brasil isso ainda é pouco procurado e explorado. Existe interesse de sua parte em criar um livro específico sobre fotografia animal, com especialidade canina?

Johnny – Falta tempo para desenvolver os meu projetos, mas, com certeza, um dia isso irá acontecer.

 

Cinofilia-BR – O amigo conhece padrões de raças, estuda ou estudou sobre conformação animal. Como é o processo para retratar tão bem uma raça?

Johnny – Claro que não sou nenhum árbitro. Mas tenho uma noção adquirida com os anos de experiência, e sempre discuto com o cliente o que deve ser valorizado no animal.

 

Cinofilia-BR – Quais são as suas influências?

Johnny – Positivas… rsrsrs

 

 

Cinofilia-BR – Agradecemos por sua atenção com o nosso site.

Johnny – Foi um prazer…

Por Bruno Sant’Ana.

 

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