A AOG – Associação Ornitológica de Gravatá-PE propõe-se entrevistar:
Onde: Varginha – Minas Gerais
Por que: Além de criador de aves, já há mais de 7 anos, hoje é presidente do CCPV – Clube dos Criadores de Pássaros de Varginha e Região
FRASE que o define : “O meu amor, a minha dedicação, faz meu pássaro ser um campeão!”
Contatos: +55 35 99230-8659
Youtube: Criatório Grajaú
Criatório Grajaú – Desde pequeno fui influenciado pelo meu pai e avô, passava férias no sítio do meu avô onde tinha muitas aves soltas e meu avô tinha algumas na gaiola, minha primeira ave foi um coleiro, que me acompanhou por muitos anos até ser furtado na varanda da minha casa, depois disso tive muitas aves ornamentais e iniciei na reprodução com canários belga, onde cheguei a reproduzir mais de 100 exemplares em uma temporada, nessa época, eu já estava na faculdade e ficou inviável cuidar de tantas aves e os estudos.
Criatório Grajaú– Eu sou apaixonado por reproduzir aves nativas, as espécies chegam por acaso, amigos me procuram atrás de filhotes e realizamos permuta, onde muitas dessas espécies chegaram ao meu criatório.
Criatório Grajaú – Sim, atualmente eu reproduzo para torneio de fibra . Os azulões e coleiros já possuo um plantel bastante satisfatório para essa finalidade, as demais ainda estou iniciando um plantel.
AOG – Hoje criando esse número elevado de espécies, é fácil conseguir qualidade ou pensa em reduzir as espécies, e assim criar mais afinco uma ou duas espécies?
Criatório Grajaú– Na verdade eu penso mesmo é em expandir, quem sabe no futuro tenha a possibilidade de tornar o criatório em comercial, o que seria um sonho, porém no momento o meu foco é nos azulões e coleiros.
Criatório Grajaú– Nos azulões eu posso dizer que fui muito abençoado, o plantel é formado por aves que eram desconhecidas, não tinha um histórico de roda, porém todos os filhotes tem se saído muito bem nos torneios, e posso dizer, que hoje a minha genética nos azulões é a genética que eu fiz no criatório.
Criatório Grajaú– O primeiro passo que eu diria, é para quem não tem registro que se cadastre, e depois procure verdadeiros criadores para adquirir suas aves e iniciar um plantel, que dê preferência aos filhotes, seja qual for a sua finalidade, reprodução ou torneios. Com filhotes você evita muitos problemas de aves que possam ter “defeitos” ou “vícios”.
Criatório Grajaú– Acredito que sim, a cada dia as pessoas tem se conscientizado mais, cada vez temos mais produtos e medicamentos que nos auxiliam e facilitam no manejo, o que falta é uma legislação que incentive e apoie o criador, que seja uma legislação inicialmente mais informativa e menos punitiva, que seja parceira do criador, que veja o criador como um parceiro para a preservação das espécies e não um bandido, pois bandido tem em toda área e esses merecem perseguição e punição, já os verdadeiros criadores merecem apoio.
Criatório Grajaú– Temos muitos apaixonados na nossa região, clubes procurando cada vez se organizar mais e torneios cada vez mais fortes. Posso dizer que sou um iniciante nos torneios, comecei a frequentar há cerca de 3 ou 4 anos, inicialmente como observador, e agora não perco um final de semana, tenho muito o que aprender ainda, mais já tenho bons resultados principalmente com os azulões.
Criatório Grajaú– Como eu disse acima, precisamos evoluir para uma legislação mais informativa que apoie o criador e para isso precisamos de mais força política, somos uma classe muito grande, quando conseguirmos unir e quem sabe elegermos os nossos representantes dentro de nossos clubes, seremos mais bem representados e ouvidos.
Criatório Grajaú– No momento, eu estou presidente do Clube CCPV, um Clube tradicional e muito respeitado na nossa região. A apenas 1 ano, estamos iniciando um trabalho, inicialmente incentivando os amigos a reproduzirem os seus exemplares, porém temos vários outros projetos para essa finalidade, que com o tempo colocaremos em prática.
Eu penso que o que leva a dividir a marcação é a impossibilidade de se conseguir marcador para todas as aves, em uma roda com 100 gaiolas se eu levar duas aves e marcar tudo de uma vez, vou ter que arrumar marcador para uma ave e se todos estiverem marcando quem marca a minha outra ave? Tem a questão também de o proprietário gostar de acompanhar a sua ave, e o fato de o proprietário estar acompanhando já inibe um pouco a famosa canetada…Kamikazes
Poderia compartilhar como seu clube procede contra os criadores Kamikazes? (Em AIRSOF, é a pessoa que morre e não se acusa, é a pessoa que sabe que perdeu e não admite, é o ser humano sem “caráter”). Em Ornitologia, é o proprietário que ao efetuar uma contagem de uma determinada ave, faz a contagem prejudicando ou qualificando, ou seja : Gerando efeito catastrófico devastador no resultado final.
Criatório Grajaú – Eu acredito que nesse primeiro ano de gestão da nossa diretoria Fabio/Gandini, procuramos trabalhar pelo exemplo, sendo o mais claro possível em nosso trabalho e transparente em nossas atitudes, desde a organização dos torneios, com um regulamento previamente estabelecido, até na ordem financeira, com prestações de conta semanalmente apresentada e comprovada com recibos e notas fiscais.
Criatório Grajaú– Sem dúvida, a reprodução. Digo que cada filhote que nasce, é um troféu que ganho e não troco por nenhum outro de madeira, vidro, metal seja o que for… Porém o mundo dos torneios é apaixonante e tenho passado domingos muito agradáveis com os amigos em nossa temporada.
Criatório Grajaú– Com certeza, a genotipagem traz uma segurança para todos nós, seja criadores ou quem busca filhotes em nossos criatórios. É muito triste, quando você adquiri uma ave pensando ser algo, e depois descobre que não era aquilo que lhe prometeram, por isso procuro ser muito honesto com aquele que acredita no meu trabalho.
Criatório Grajaú– Acredito que os Clubes sejam mais voltados para os torneios, e isso não é culpa dos dirigentes, a nossa legislação não incentiva esses projetos, há muita burocracia quando se fala em preservação ambiental, hoje vemos poucos projetos voltados para essa finalidade.
Criatório Grajaú– Acho que não cabe mais em falarmos de retirar aves da natureza, quem tinha essa prática, já está percebendo que as melhores aves de competição estão saindo dos criatórios, e quem faz isso com a finalidade de reprodução pode esquecer, pois uma ave retirada da natureza, terá muita resistência para reproduzir em ambiente doméstico.
Criatório Grajaú– O tema genética, foi muito debatido no nosso meio nos últimos anos, respeito quem tem opinião contrária, porém acredito que não há como se buscar uma evolução, se não for pela busca de aves com histórico para essa finalidade, seja fibra ou canto. Os criadores de curió e bicudo, fazem esse trabalho há anos e não temos como contestar a evolução dessas espécies ao longo dos anos.
Criatório Grajaú– O Sispass já está ultrapassado, precisamos de um sistema mais moderno que ajude o criador, a IN 10 tem vários pontos que desestimulam o criador, não podemos ter um sistema ou normativa que limite a quantidade de filhotes para o criador, que não permita a “evolução” do criador de amador para comercial, quanto mais criarmos mais estaremos salvando as espécies e diminuindo o tráfico.
Criatório Grajaú– Na última temporada tive a oportunidade de disputar o Campeonato do nosso Clube o CCPV, do início ao fim, pela primeira vez. Estreei um azulão nascido aqui no criatório, o CICLONE, com menos de 3 anos de vida, e ele sagrou-se VICE CAMPEÃO da temporada, foi uma surpresa e alegria imensa, pois disputar a temporada brigando pelo título é muito difícil e com um “filho” nascido aqui no criatório, foi ainda mais emocionante. Ele é um garoto, vai crescer muito nas próximas temporadas e se tudo der certo, quero disputar torneios Estaduais e Nacional com ele um dia.
Criatório Grajaú– Não crio em grande escala, até porque o Sispass não permite, o que crio priorizo em trocar com os amigos e assim ir qualificando o meu plantel, trazendo aves que venham a somar para a melhora da genética, procurando sempre agir com honestidade o que gera uma grande credibilidade entre os amigos passarinheiros.
Criatório Grajaú– Na reprodução, eu dediquei a última temporada exclusivamente em meu plantel de coleiros, trouxe um coleiro baiano chamado SEM LIMITE, para ser meu principal galador nos baianos, ele terminou ma temporada em 5º lugar no campeonato do CCPV, é um coleiro muito firme que dificilmente “fura” roda. Nos coleiros papa capim, meu principal galador é o coleiro SERTÃO JR., um coleiro muito rápido que não demonstrou todo o seu potencial ainda nas rodas, pois ele mora no criatório com várias fêmeas, sempre está galando e quando levo ao torneio vai sem mexida, só para passeio, pra ele sair um pouco do criatório. Com o final da última temporada, eu já retirei ele (SERTÃO JR.) do criatório, para que na próxima temporada eu possa trabalhar com ele nas rodas e iniciar um filho dele na reprodução.
Criatório Grajaú– Sim, existe a genotipagem, aqui em Minas Gerais já somos obrigados a realizar a genotipagem de nossas matrizes, o que estaremos fazendo para a próxima temporada, isso com certeza irá dar mais credibilidade ao nosso trabalho.
Criatório Grajaú– Sim, os estudos que realizei sobre o assunto me dão uma segurança nestes cruzamentos, ainda não realizei no criatório, mais este será um trabalho que realizaremos para aprimorar ainda mais o sangue dos azulões nascidos aqui.
Criatório Grajaú– Eu particularmente não cruzei o CICLONE enquanto ele estava competindo, acho que é um azulão novo e isso poderia mexer um pouco com a cabeça dele e atrapalhar, com o passar dos anos e com o amadurecimento dele, com certeza farei esse trabalho, até porque a minha criação (reprodução) de azulões ficou muito prejudicada, por ter me dedicado mais aos torneios do que a reprodução na última temporada.
Criatório Grajaú– É um projeto fantástico, estarei torcendo muito para o sucesso de vocês, que com certeza será exemplo para todas outras associações e uma referência nacional. Meus parabéns pela iniciativa!
Criatório Grajaú– Eu que agradeço a oportunidade em estar aqui falando um pouco daquilo que eu mais gosto, que é a reprodução e torneio das nossas aves nativas.