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BROADCAST – Dicas para realizar uma transmissão ao vivo

Começamos hoje uma série de artigos voltados para o broadcast de eventos ao vivo, tal pratica é hoje grandemente usada até mesmos nos maiores eventos como Rock in Rio, Lollapalooza entre outros.

Porém temos grande carência no mercado de informações sintetizadas que ajudem um usuário iniciante a se guiar, por conta disto tentaremos sintetizar ao máximo informações que ajudem todos a ter um norte para se guiar.

Para iniciar um projeto destes é preciso enumerar dois pontos básicos:

· Estabeleça um objetivo e público alvo
Sem um objetivo torna-se inviável iniciar um projeto de broadcast, pois os investimentos são proporcionais a estes.

Vamos dar um exemplo, se você pertence a uma igreja e apenas quer transmitir o culto para um grupo de irmãos que estão enfermos, entendemos que, a transmissão é direcionada e para um público alvo pequeno, sendo assim não necessitamos fazer altos investimentos.

· Escolha uma qualidade de transmissão
Neste ponto é unânime que todos querem transmitir na melhor qualidade possível, entretanto temos de entender que, quanto maior a qualidade maior o custo dos investimentos.

Basicamente teremos duas qualidades padrão:

SDTV – Conhecida como “Standard definition television” foi usada durante anos, possui baixa resolução e é de baixo investimento.
HDTV – Chamada de “High Definition Television” engloba basicamente duas resoluções 720p e 1080p, possui alta resolução e tem um investimento mais alto.

Feito a avaliação inicial, decidindo o objetivo, público alvo e qualidade podemos mudar o foco e iniciar na parte mais técnica.

Isto envolve câmeras, cabeamento, conexões, computadores, mesa de corte e claro o áudio.

1- Entendendo o sistema de transmissão
Primeiramente vamos entender como é feito a transmissão, basicamente devemos possuir um equipamento capaz de “Stremar”, termo usado no ramo para um equipamento capaz de realizar uma “Stream” termo que define a capacidade de um equipamento enviar imagem e áudio para o servidor que receberá os telespectadores.

Tendo um equipamento desses, capaz de “Stremar” precisamos ainda levantar a necessidade de se usar mais de uma câmera, pois caso seja preciso usar mais de uma câmera teremos a necessidade de possuir um segundo equipamento capaz de gerenciar estas câmeras, equipamento tal conhecido como Mesa de Corte.

A Mesa de Corte é como uma mesa de som, capaz de controlar a imagem que irá ser transmitida em um dado momento para os telespectadores, fazendo transições ou cortes diretos entre as câmeras do sistema.

Há ainda outra funcionalidade de que todos querem, que é inserir textos e imagens na transmissão, o equipamento capaz de fazer isso é o Gerador de Caracteres.
Alguns equipamentos englobam ambas funcionalidades, mesa de corte e gerador de caracteres.
O gerador é capaz de inserir textos, imagens e vídeos na tela da transmissão agregando informações e riqueza a Stream.

Conhecendo os pontos acima, o sistema de transmissão ficaria assim:

1.png

2- Infra Estrutura para o sistema de Broadcast
Tendo em mente o objetivo, público alvo, qualidade desejada de transmissão e funcionalidades agregada ao sistema (quantidade de câmeras, corte, caracteres) podemos partir para a análise de infraestrutura.

2.1 – Largura de banda da internet
Digamos que foi escolhido um sistema que transmitirá em HDTV, logo precisamos entender que, trata-se de uma imagem de alta definição, logo a mesma é mais pesada e necessitará de uma banda de internet mais produtiva.
Para um sistema de broadcast o que importa é a taxa de UPLOAD da conexão, pois estaremos a todo o tempo ENVIANDO dados para o servidor através da Stream, sabendo disso podemos quantificar um padrão.

SD – Taxa de Upload de 1mb para cima.
HDTV – Taxa de Upload duas vezes maior que o Bit Rate total da transmissão.

A qualidade da transmissão está diretamente ligada ao Bit Rate Total, e o mesmo engloba basicamente quatro informações:

Frame Rate (frames por segundo) – Normalmente é usado de 24 a 29,9fps, trata-se da quantidade de frames (imagens) por segundo que serão enviadas.
Vídeo Bit Rate – Trata-se da quantidade de bits que serão tratadas por cada unidade de tempo do frame rate, quanto maior este número melhor a imagem.
Resolução – Trata do tamanho do quadro final em pixel, podendo ser wide ou standard.
Áudio Bit rate – Que trata a qualidade de áudio que será transmitido, normalmente adota-se 96 a 128kbps a 44kHz.

Com a junção das informações acima teremos o Bit Rate Total.

Para uma transmissão em 720p obtêm-se em média 1500 a 2000kbps total, logo para uma transmissão deste porte seria necessário uma taxa de Upload acima dos 4mb.

2.2 – Cabos, conectores e conexões
Após escolher a qualidade de transmissão e validar a estrutura de largura de banda iremos escolher câmeras que sejam compatíveis com a qualidade final desejada.
Este ponto deve ser muito bem observado, pois devemos escolher câmeras que sejam compatíveis com as conexões da mesa de corte e stream.

Segue lista de conexões mais comuns.

RCA – Conexão de vídeo de baixa qualidade, analógica, capaz de transmitir em SD.
S-Video – Conexão de vídeo de baixa qualidade, analógica, capaz de transmitir em SD.
Vídeo Componente – Conexão de vídeo de alta qualidade, analógica, capaz de transmitir em até 720p.
Firewire – Conexão de vídeo de alta qualidade, digital, capaz de transmitir em HDTV.
HDMI – Conexão de vídeo de alta qualidade, digital, capaz de transmitir em HDTV.
SDI – Conexão de vídeo de alta qualidade, digital, capaz de transmitir em HDTV.

2.png

Em casos de transmissão em SD uma fração de 90% das câmeras contam com saídas do tipo RCA ou S-Video.

Já pra as transmissões em HDTV todas as câmeras são dotadas de uma saída HDMI, que é uma saída padrão para equipamentos de alta definição, o problema deste cabo é que o mesmo não é indicado para longas distâncias, por conta disto passa a ser indicado para câmeras que precisam ser operadas a longa distancia da central de vídeo cabo e conexões do tipo SDI que utilizam um cabo coaxial, permitindo distancias até 100m sem perdas consideráveis. Câmeras com saídas SDI não são baratas, entretanto é possível usar um adaptador HDMI para SDI.

2.3 – Equipamento de Stream, corte e caracteres
Existem uma infinidade de equipamentos capazes de fazer estes serviços, normalmente os mesmos possuem a capacidade de efetuar mais de uma tarefa, basta escolhermos um que seja compatível com a quantidade de câmeras, com a qualidade e tipo de conexão que as mesmas.

Por conhecimento podemos indicar a série da Blackmagic Atem, vMix go e Tricaster, todas capazes de fazer os cortes, gerenciar caracteres e “Stremar” ao mesmo tempo.

Temos ainda a possibilidade de usar um PC que pode assumir todas ou alguma função específica, basta que o mesmo tenha uma placa de captura e um software capaz de gerenciar as câmeras e as funcionalidades.

Para placa de captura indicamos as Matrox e Blackmagic.

Já nos softwares de gerenciamento indicamos o vMix, Wirecast e DVMixerPro.

3 – Formatos
Nestes programas e nos equipamentos de Stream encontraremos vários formatos de vídeo e áudio para transmissão, porém indicamos que usem para vídeo H.264 e para áudio apenas o formado ACC.
É importante usar o ACC para áudio, pois é o formato adotado pelos dispositivos móveis, caso contrário sua Stream ficará muda nos mesmos.

 

Font | https://www.somaovivo.org/forum/threads/broadcast-dicas-para-realizar-uma-transmiss%C3%A3o-ao-vivo.13779/

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